Como costumo
dizer, devemos priorizar "alimentos de verdade" na nossa rotina, ou
seja, aqueles que não têm rótulos, como frutas, verduras e legumes... No
entanto, alguns itens industrializados acabam sendo utilizados, geralmente pela
praticidade ou complemento da alimentação, e até não vejo nada de errado nisso,
desde que saibamos fazer boas escolhas, como já falei no post sobre informações
nutricionais (clique aqui para ler).
Dentre
as dúvidas que surgem em relação aos rótulos, percebo que uma das
maiores é sobre a diferença entre diet e light. Não é raro as pessoas
associarem essas palavras com produtos "mais saudáveis" (sem gordura,
menos calórico...). Mas será que é isso mesmo? É o que você vai aprender
hoje no blog!
Segundo
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que é quem
controla a questão de rotulagem no Brasil, diet e light tem conceitos
diferentes, apesar de confundidos. Abaixo, a diferença básica entre
ambos:
- Diet: É o termo usado para produtos com fins especiais, ou seja, que atendam as necessidades nutricionais de indivíduos que possuem condições específicas. Um exemplo é o diabetes.
Esses produtos podem vir sem açúcar (geleias, gelatinas, shakes, etc),
pelo fato de os diabéticos terem uma dieta controlada. O que não quer
dizer que é mais saudável, pois pode não ter açúcar e ter sido
adicionada uma quantidade maior de gordura. ATENÇÃO: Note que nem sempre a exclusão é de açúcar! Só explorando o rótulo para saber!
- Light: É o termo usado como informação nutricional complementar
para descrever o conteúdo relativo ou absoluto de determinados
nutrientes ou valor calórico/energético. Neste caso, é sinônimo de redução. Um alimento pode ser reduzido ou "light" em valor energético, açúcares, gorduras totais, gorduras saturadas, colesterol e sódio.
Para ser assim considerado, deve haver uma redução de no mínimo 25% no
valor energético ou algum nutriente (os recém citados) em relação a um
produto referência ou convencional. Exemplo: um queijo da marca X que
tenha a alegação "light" vai ter que diferenciá-lo do seu tradicional.
Um produto não deve ser apresentado apenas como "light": ele deve
apresentar a informação do quanto foi reduzido e sobre qual nutriente se
refere. No queijo do nosso exemplo, se ele for reduzido em sódio,
deverá constar "Reduzido em sódio - X% menos sódio". Porém, ATENÇÃO: se
você vai bem feliz comprar algo por causa disso, fique atento porque ser
reduzido em um item, não quer dizer que é reduzido em tudo! Pode ter
menos sódio, o que é interessante, e ao mesmo tempo, continuar com um
valor alto de gordura ou açúcar. Aí é preciso ver se compensa. Por isso,
vale o reforço: tem que ler o rótulo, minha gente!
Existem
diversos itens que são classificados como diet ou light, que vão de
chocolates a iogurtes. Quando necessário, na prescrição dos
pacientes/clientes, sempre oriento a leitura do rótulo, como forma de
aprendizado, mas, em geral, não costumo prescrever muitos
industrializados. Obviamente, há exceções e cada caso é um caso.
Vamos
a mais um exemplo: volta e meia alguém questiona sobre iogurte. Qual o
melhor? Respondo que é o iogurte natural, claro! Só que sempre há quem
torça o nariz, reclamando que é sem gosto, que é ruim, se não pode ser
algum "light" com sabor. Olha, depende. Ainda não encontrei muitas opções de
iogurte com uma super composição e acessível ao bolso (não adianta custa uma fortuna também, né?!). A maioria dos ditos light contém
diversos aditivos, como conservantes e adoçantes. O iogurte "perfeito"
deveria ter apenas 2 ingredientes: leite e fermento lácteo. Costumo
dizer: "quer iogurte com sabor? Bate com fruta!". Além de ingerir menos
aditivos, já consome uma porçãozinha extra de fruta no seu dia.
Com
alguns pacientes/clientes, tenho usado receitas de vitaminas/smoothies
de fruta e dá bem certo. Com morango ou outras frutas vermelhas fica uma delícia e todos adoram!
Mas, dependendo de todo o plano alimentar e objetivo, se a pessoa for
resistente ao iogurte natural e às receitas, tento encaixar uma opção
"melhorzinha" desses prontos com sabor. Já falei que
não sou xiita, então, uso sempre o bom senso!
Tranquilo,
pessoal? Acho que não é tão difícil de entender, basta ficar atento e
observar a embalagem para fazer boas escolhas e não ser enganado. A informação a gente tem. Agora é dar um "xô" na preguiça!