Páscoa chegando é aquela loucura para vários: "nutri, posso comer chocolate? Qual comer? Quanto?". Em primeiro lugar, analiso qual o objetivo do plano da alimentar da pessoa. Para a maioria, que busca redução de percentual de gordura através de uma alimentação saudável e gostosa, é possível, sim, encaixar alguns chocolates na Páscoa (assim como em outros momentos). Óbvio que depende da colaboração do paciente/cliente de comer dentro de um limite, senão os resultados podem ser comprometidos. Não sou radical, trabalho com os meus pacientes em busca de um equilíbrio, então, geralmente é algo bem tranquilo.
Chocolate: pode em uma rotina saudável?! |
Na páscoa deste ano, os chocolates ditos funcionais estão fazendo o maior sucesso. "Ah, mas funcional? Já não bastam os produtos gourmet para cobrar os olhos da cara!". Calma! Desses termos "da moda" (gourmet, fit, funcional...), o funcional (quando relacionado aos alimentos) é o que mais faz sentido, pois não é apenas um produto comum: possui ingredientes que contribuem para um valor nutricional mais interessante e benefícios à saúde.
No caso dos chocolates funcionais, os ingredientes podem variar bastante, mas, por exemplo, esses dias ganhei, em um evento de nutrição, um tablete de chocolate que continha fibras, vitamina C, colágeno e luteína, com o propósito de auxiliar na beleza da pele, e sem açúcar. Aí vem aquela velha história: não adianta se "entupir" de coisas cheias de açúcar, comer frituras, tomar litros de refrigerante e comer um "chocolate da beleza" achando que vai fazer milagre! Nem para quem se alimenta de forma saudável será milagroso. É mais uma opção no mercado!
Vamos conhecer um pouquinho de cada chocolate?
- Chocolate ao leite: Deve possuir pelo menos 25% de cacau na composição, além de ter manteiga de cacau, leite e açúcar. Pode ter outras gorduras adicionadas, além das vindas da manteiga de cacau e do leite, por exemplo, a gordura vegetal hidrogenada (a pior!).
- Chocolate branco: Composto de manteiga de cacau, leite e açúcar, não é considerado "chocolate" pelos, digamos, especialistas, por conter apenas a manteiga e não o pó de cacau. Dependendo do produto, ela pode ser substituída quase que totalmente pela gordura vegetal hidrogenada, deixando-o altamente inflamatório se consumido em excesso. É o que mais tem gordura e não traz benefícios. Fique atento!
- Chocolate meio amargo: Os teores de cacau já são maiores, 50-55%, por exemplo, e, por causa disso, já começam a trazer mais benefícios, embora muitos produtos contenham bastante açúcar e gordura. É sempre bom dar uma lida no rótulo para verificar. Pode ser uma opção para aqueles que não toleram o sabor forte da versão amarga.
- Chocolate amargo: São os que possuem acima de 60% de cacau. Hoje em dia já existem chocolates com 100% de cacau (importados), que são considerados como "extra amargos". Podem ter outros ingredientes, como o açúcar, dependendo da marca. Por causa desse teor elevado de cacau, é rico em flavonoides, que, segundo estudos, ajudam a controlar a pressão arterial e o colesterol, por exemplo.
Esses são os 4 principais, tendo variações deles ou outras versões, geralmente para quem tem alguma intolerância ou outra condição de saúde que não permite uma versão tradicional. São eles: o chocolate diet, o light (contém menor quantidade de algum nutriente), o de soja, o de alfarroba, que não é exatamente um chocolate, embora o substitua bem e o sabor seja igual, entre outros. Ainda, pode haver acréscimo de castanhas, amendoim, cookies, menta... Importante salientar que nem todas as marcas apresentam o teor de cacau na embalagem, infelizmente. Se trata de um direito à informação ao consumidor, portanto, temos que ficar ligados!
Como nutricionista e pensando no poder do alimento de trazer mais saúde para as pessoas, sempre recomendo os meio amargos ou amargos, entretanto, sabemos que não é todo mundo que gosta desse tipo de chocolate (eu gosto!). Procuro não recomendar nada que não goste ou que eu mesma não esteja disposta a tentar. Por isso, faço combinações com vários pacientes/clientes. E ah, não esqueça que não necessariamente essas versões possuem menos calorias do que as "tradicionais". Não é porque é mais saudável que é menos calórico. Conte nutrientes e não calorias (post aqui sobre isso)!
Seja lá qual for o chocolate que você for optar nesta Páscoa ou mesmo fora dela, fique com algumas dicas, que são válidas para outros momentos também:
Se isso acontece com você, está na hora de rever seus hábitos. Coma consciente! |
- O ideal é comprar chocolate em barras ou bombons, pois o ovo geralmente faz com que o indivíduo acabe logo com ele, fora que essas opções são mais baratas. Uma porção de 25 g é recomendado, o que é equivalente a 1 barrinha ou 1 tablete. No caso dos bombons, pode variar por causa do tamanho deles, de acordo com a marca.
- "Mas eu ganhei 1 ovão de presente, vou jogar fora?": Não! Porém, também não coma tudo de uma vez ou em 1, 2 dias. Uma dica é quebrá-lo em pequenos pedaços, guardar em recipiente fechado e comer aos poucos ao longo do tempo.
- Outra dica é guardar os chocolates que não foram abertos em um local no qual você não tenha acesso "fácil". Por exemplo: não deixe no meio da sala na bomboniere, na visão de todos. Guarde. O chocolate não vai fugir de você. Quando precisar, é só pegar uma porção e saborear devagar, prestando atenção ao sabor e às suas emoções. Isso chama-se comer consciente e sem culpa!
- Quando posso comer? Depende! Para os mais chocólatras, às vezes é necessário manter uma "dose" diária, nem sempre de 25 g, pois cada caso é um caso. Para alguns, um bombom ou um quadradinho já sacia. Se for um vício relacionado a alguma deficiência nutricional, quando for resolvido, pode-se alterar a estratégia. Fora isso, pode ser eventualmente, a cada 2 dias ou conforme combinação com o nutricionista, por causa do teor de gordura e açúcar da maioria (tem o resto da sua alimentação também).
- "Ai, me descontrolei e comi um monte!": Bom, não adianta chorar pelo leite derramado, logo, o jeito é pegar mais leve nas próximas refeições (ou voltar ao plano alimentar, se você tiver um) e, quem sabe, fazer algum exercício para gastar um pouco de energia. Quando eu digo "pegar leve", não é para fazer dietas malucas, jejum, passar o dia tomando shakes e sim beber mais água, preferir alimentos de verdade, evitando industrializados e excessos em geral.
Por fim, reforço as minhas ideias de equilíbrio: se puder consumir os meio amargos ou amargos, ótimo, muitos antioxidantes para você. Se não puder, também não tem problema, desde que você saiba apreciar com moderação e que a exceção não vire regra! ;)
Boa Páscoa!
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