quarta-feira, 2 de outubro de 2019

5 coisas que aprendi ao me tornar vegetariana


Talvez nem todos que acessam o blog saibam, mas sou vegetariana há 3 anos e apesar de ainda não ter feito nenhum post sobre as razões que me levaram a essa decisão, hoje eu gostaria de falar sobre as coisas que eu aprendi nesse período "veg". Como ontem foi o dia mundial do vegetarianismo, achei oportuno escrever agora!

Vamos lá!

1) Se não quero que me "encham o saco", não "encho o saco" dos outros: esse foi um dos meus princípios ao me tornar vegetariana. Sempre quis que fosse algo tranquilo para mim e também para os demais. Eu não quero que fiquem me oferecendo carnes ou fazendo piadinhas bobas (embora isso possa acontecer). Sendo assim, não interfiro na opção alimentar dos outros, não tento "forçar" nenhum comportamento. Na verdade, geralmente pensam que nutricionista é fiscal do prato alheio, que fica reparando o tempo todo no que os outros comem. Às vezes podemos até reparar, mas dar pitaco é diferente! Se me perguntam algo, aí respondo. Em vez de "me meter" na alimentação dos outros, o que eu procuro fazer é mostrar por meio das minhas comidas que ser vegetariano não é difícil, não é caro e que temos uma ampla variedade de alimentos disponíveis!

2) Cozinhar vale a pena e é prazeroso: já gostava de cozinhar antes de me tornar vegetariana, no entanto, é fato que eu passei a cozinhar e a me aventurar muito mais depois da mudança do estilo de alimentação. Como sempre falo, se a gente, sempre que possível, prepara as próprias refeições, comemos de forma mais saudável/nutritiva, sabemos os ingredientes que estamos usando, assim evitamos o consumo de produtos prontos e ultraprocessados (já leu meu mais recente post sobre o tema? Clique AQUI!). Adoro testar novas receitas veg e isso, muitas vezes, funciona como uma terapia pra mim, pois me ajuda a controlar a ansiedade e vejo como uma forma de autocuidado. É claro que nem sempre consigo fazer grandes preparações. No dia a dia acabo optando por refeições mais simples e deixo os pratos mais elaborados para dias de empolgação/mais tempo disponível!

3) Não posso esperar que os outros sempre lembrem que sou veg e façam algo pra mim: essa parece meio dura, não? De não confiar na humanidade (hahaha) e tal, porém é #truestory. Várias pessoas falam que não conseguiriam ser veg por causa da vida social, eventos com amigos ou com a família, afinal "nunca" vai ter opção pra comer. Sim, um dia também já pensei isso e a real é que a gente se adapta. Dependendo do lugar que vou, se é com família/amigos, procuro levar alguma preparação. Não é só pra mim, levo para compartilhar com todos. Por exemplo, em vários churrascos de família eu levei uma saladona com grão-de-bico (uma das boas fontes proteicas pra gente!) e despertou a curiosidade daqueles que nunca tinham comido o grão ou não em forma de salada. Às vezes pedem receitas, perguntam as propriedades do alimento... Sempre é positivo! Por outro lado, já estive em vários ambientes para os quais não levei nada e as pessoas lembraram que sou veg. Uma bela surpresa! Certa vez, prepararam uma feijoada vegana para mim! Para alguns esse "mundo" (que não é nenhum monstro) é totalmente novo, então não dá pra esperar isso sempre. Mas quando acontece é muito legal! :)

4) Não preciso deixar de comer aquilo que comia antes de ser veg: frases como "ah, se eu virar veg não vou comer mais as coisas que eu gosto, como strogonoff, hambúrguer, cachorro quente..." são comuns. E novamente, a gente se adapta. Todas essas preparações que citei no exemplo podem ser feitas em versões veg. O strogonoff pode ser feito com grão-de-bico ou proteína de soja, hambúrguer pode ser feito com feijão, de novo o grão-de-bico e a proteína de soja, quinoa, ervilha, cogumelos ou ainda vegetais como brócolis e berinjela, o cachorro quente pode ser feito da mesma maneira tradicional, só que sem a salsicha (ou para eventualidades há salsichas vegetais, que são ultraprocessadas como as tradicionais, então não recomendaria o consumo frequente!). Pelo menos pra mim, a graça do cachorro quente sempre foi o pão com o molho e não a salsicha! Aí entramos em ter ou não o sabor de carne. O que eu penso: são alimentos diferentes, logo, vão ter sabores diferentes! Eu, Tássia, não ligo em ter ou não ter sabor de carne, até porque quando parei de comer andava bem enjoada do sabor! A ideia não é que as comidas fiquem "iguais", contudo, que você possa continuar comendo o que comia, principalmente pelo papel "afetivo" da alimentação.

5) Com gentileza e o famoso "jeitinho", posso pedir algo pra comer onde há pouca ou nenhuma opção: com o crescimento do vegetarianismo, já podemos encontrar opções vegetarianas/veganas em muitos restaurantes por aí. Já é um progresso, embora ainda tenhamos bastante caminho pela frente até realmente haver adesão. Quase todo lugar que eu já fui (até em viagens!), tive opção para comer, apesar de às vezes não estar caracterizado como veg. Exemplos: uma salada com grãos, algum bolinho, uma batata assada com ervas (às vezes frita porque nutricionista também é ser humano, taokei?). Quando não tem, ou eu procuro outro lugar ou eu tento conversar com funcionários do local para saber se pode ter adaptação de algum prato. Isso sempre com gentileza e educação! Sei que há quem pense se não vão te sabotar. É um risco? É. Entretanto, o que seria da vida sem se arriscar, não é mesmo? Fora que a pessoa tem que ser de muita má fé pra sabotar algo que foi pedido com educação. Enfim... Mais um exemplo: já fui em lanchonete (de fast food mesmo!), que tiraram a única opção veg que havia no cardápio. Perguntei se podiam montar um xis (para quem não é do Rio Grande do Sul, é como um hambúrguer, só que em um pão maior e prensado) sem a adição de qualquer tipo de carne e eles fizeram. 

As coisas que lembrei mais "de cara" foram essas cinco e são as que eu mais tenho que lidar na minha rotina. Há alguns anos, escrevi um post sobre alimentação vegetariana com respostas às principais dúvidas sobre o assunto. Se você ainda não leu, pode encontrar o post AQUI.