sexta-feira, 28 de junho de 2013

Padrões de Beleza?!

Como sempre falo e falei já aqui no blog, vários posts acabam sendo voltadas ao emagrecimento porque muitos buscam, frequentemente, a perda de peso. E nós, nutricionistas, temos o papel (entre muitos outros, pois não existe só a parte de atendimento na área da nutrição) de levar informação às pessoas, para que as mesmas quando buscam essa perda, tenham consciência da importância dos hábitos alimentares saudáveis em primeiro lugar pela saúde.

Com a popularização das redes sociais e a criação de blogs, fanpages e perfis nos Instagram voltados à vida saudável, tenho percebido que algumas pessoas ficam, certas vezes, incomodadas, achando que é exagero, que isso tudo de postar fotos e dicas de alimentação/exercícios é uma fixação, visto que a maioria que cria esses perfis são magras ou estão em processo de emagrecimento. Por isso, tive a ideia de escrever o post de hoje sobre padrões de beleza.

Vamos pegar como exemplo as revistas femininas. Na capa de praticamente todas, sempre tem uma atriz famosa ou uma modelo e que são magras. Nos conteúdos, matérias sobre como perder "x" quilos em "x" dias (sem pensar na saúde, por vezes), como ter o cabelo da cor/corte da famosa do momento, informações sobre procedimentos para aumentar ou diminuir partes do corpo, etc. Da mesma forma que os nutricionistas têm o papel de passar a informação, essas revistas procuram fazer o mesmo, porém, para algumas mulheres isso tudo passa uma imagem de constante cobrança em relação à forma física e aparência de modo geral. Sendo que esse "apelo", pode ser visto não só nas revistas, mas também na televisão, no cinema e em outros lugares também. 

Não podemos negar que os padrões de beleza realmente existem e que foram mudando ao longo dos tempos. No período Medieval até a Renascença, mulheres gordas eram muito valorizadas e desejadas, pois o arredondamento na região abdominal era associado à fertilidade e à maternidade. Depois, foram surgindo outros "ícones" de beleza, como podemos ver abaixo:

- Anos 40: Marilyn Monroe (considerada gorda por muitos);
- Anos 60/70: a modelo Twiggy Lawson era o principal exemplo, em uma época onde a magreza, a falta de curvas e seios pequenos eram a moda;
Twiggy Lawson, em 1966
- Anos 80: Novas formas começam a surgir e o corpo musculoso aparece como exemplo. Representavam esse tipo de corpo, na época, as cantoras Madonna e Grace Jones;
- Meados dos anos 80 e já nos anos 90: Mulheres magras, porém, sem excesso e com aparência mais saudável, ditavam a moda. Entre elas: as modelos Luiza Brunet e Cindy Crawford;
- Ainda nos anos 90: Kate Moss, modelo, trouxe novamente a "onda" da magreza;
- Anos 2000: A brasileira Gisele Bündchen é um dos exemplos de padrão de beleza atual, para algumas mulheres. Ainda surge um novo padrão, que é o das mulheres com corpos mais avantajados, em sua maioria esculpidos por exercícios, não necessariamente iguais aos exemplos dos anos 80.

Pode-se notar que a moda quase sempre é passageira. O que é considerado bonito hoje, pode não ser amanhã e, no fim das contas, o que importa é você se sentir bem, ter saúde, viver socialmente e ser feliz sem enlouquecer seguindo padrões (rígidos em diversas vezes).

Dá para ser feliz sem seguir padrões! Encontre o seu caminho!


Até que ponto os esforços valem a pena? Nem todo mundo come o que quer à vontade sem engordar. Logo, para muitos é preciso, sim, um controle alimentar, no entanto, sem que isso signifique "sacrifício", que tem que sofrer para isso. Você gosta de se alimentar bem, comer coisas saudáveis e manter-se com o corpo magro? Continue dessa forma! Gosta de praticar exercícios? Continue praticando!

Por outro lado, se você está acima do peso considerado ideal e se sente bem dessa forma, você vai emagrecer só porque a "sociedade exige"? Não é bem assim. Primeiro, pense se você realmente se sente em paz com seu corpo. Alguns dizem que sim, porém, julgam uma pessoa como a do primeiro exemplo, que gosta de ser magra, comer bem, etc, e muitas vezes gostaria de ter a mesma dedicação/disposição para viver de maneira mais saudável. Ninguém está errado sendo "assim ou assado", o que falta é refletir.

Estudos indicam que pessoas com excesso de peso podem ter algumas doenças vinculadas a isso, o que não quer dizer que toda pessoa que esteja acima do peso "ideal" não esteja saudável. Bem como não quer dizer que uma mulher magra e que veste manequim 38 está "vendendo saúde".

Indicadores de saúde tais quais pressão arterial, níveis de colesterol, níveis de glicose, entre outros, podem ser melhorados com mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos, abandono de cigarro e/ou álcool, etc, sem que necessariamente haja perda de peso. Portanto, é importante deixar as consultas médicas em dia para realizar check-ups e exames para que sua saúde esteja em ordem.

Falando um pouco sobre exercícios físicos: todos devem saber que aumentar o movimento na rotina é essencial em muitos aspectos, desde a melhora de indicadores de saúde (como citado acima) até melhora do sono, da disposição para o trabalho e até mesmo o convívio social. Mas escolher alguma atividade é algo muito individual: não é porque todos os seus amigos fazem musculação que você também precisa fazer, embora seja um excelente exercício. Você considera musculação uma atividade monótona, então, por que não procurar algo que lhe agrade? Quem sabe ginástica localizada? Jump? Caminhada? Corrida? Uma boa aula de spinning? Natação? Quem diz que não gosta de nenhum exercício é porque com certeza ainda não encontrou algo que realmente faça bem para si. Experimente! Você só precisa encontrar um caminho!

O mesmo vale para alimentação, que, sendo saudável, é boa para todo mundo, mas se você não gosta de alguma fruta, logo, não precisa comer "aquela". É claro que sempre devemos experimentar, pois podemos até passar a gostar do alimento depois. Só que às vezes não tem jeito mesmo, não é? Se isso acontecer, existem tantas outras frutas por aí! Tente outras! Outro exemplo: há pessoas que comem frango com batata doce em várias refeições ao dia. Você precisa disso? Se acha que não ou que vai ser "sacrificante", não faça! A não ser que tenha sido realmente orientado assim por um profissional, você pode procurar outras opções e adequar ao seu gosto e às suas condições. Aliás, esse é o ponto: "dieta" não é como receita de bolo, que todo mundo copia e o resultado é igual. O que é bom para mim, pode não ser para você, tanto em resultados, quanto em facilidade de fazer, sabor, etc.

Não existe nenhuma regra mágica que vá fazer sua autoestima ser boa e você se aceitar da maneira que é. Se você não está satisfeita com a "barriguinha", comece a mudar em vez de só reclamar dela. Ou questione o porquê de você querer isso. Iria te fazer sentir melhor? As pernas finas te incomodam? Converse com um profissional de educação física e veja o que ele te recomenda. Se possível, também procure um nutricionista, já que resultados são mais visíveis quando aliamos alimentação (pelo menos 70% do resultado) + exercícios, como você pode ler aqui.

Cada uma de nós tem um jeito único e sua beleza. Não preciso ter o olho azul como o da modelo da capa de revista, nem ter o nariz delicado de outra famosa. A marca Dove realizou uma campanha chamada "Real Beleza", na qual mulheres de todos os tipos (magras, gordas, altas, baixas, morenas, ruivas, loiras, etc) participavam, mostrando exatamente isso: cada uma é bonita do seu jeito. Veja abaixo uma foto dessa campanha tão bacana:





 Já a Nike realizou uma campanha com um sentido parecido, mostrando que não é preciso ser magérrima como as modelos que saem nas revistas. Uma das fotos você vê abaixo:

Tradução: "Eu tenho coxas grossas e isso é um elogio porque elas são fortes, tonificadas e musculosas.
Embora elas não sejam bem-vindas na seção de tamanhos pequenos, elas são celebradas em maratonas. Daqui
a cinquenta anos, eu vou embalar um neto nas minhas coxas grossas e depois vou sair pra correr."


A Dove ainda lançou, mais recentemente, uma outra campanha com o mesmo propósito. No vídeo, que você pode ver abaixo, algumas mulheres tinham que fazer uma descrição de como eram. Depois, uma outra descrição foi feita por uma outra pessoa. E tudo isso sendo desenhado por um profissional. O resultado é impressionante. Nem sempre o jeito como nos vemos é o jeito que somos vistas pelos demais.



Diante disso, a mensagem que deixo é: ame-se, cuide-se! Não necessariamente seguindo padrões, se você não se sente bem de tal forma, contudo, tente buscar uma qualidade de vida mais saudável, que isso só trará benefícios! Cuide, sim, do corpo, que é a casa onde você vive, visando sua saúde e o que é beleza para você, e cuide também da mente e da alma!

P.S.: Este post não é um publieditorial (post pago), embora tenha citado duas marcas reconhecidas no mercado. As mesmas foram citadas somente por terem campanhas com conteúdo relevante para o tema do post de hoje.

0 comentários:

Postar um comentário