Fonte: UOL
Emagrecer é desejo de pelo menos 61% das brasileiras, de acordo com um
levantamento encomendado pela Nestlé e divulgado nesta terça-feira (9).
Apesar da preocupação, metade dessas mulheres (49,3%) não faz qualquer
esforço para atingir sua meta. Apenas 29% delas praticam atividade
física para enxugar os quilos a mais; 20% fazem dieta ou reeducação
alimentar e 12,6% procuram manter uma alimentação saudável e
equilibrada.
O estudo contou com 800 mulheres de 4 cidades na faixa etária de 18 a 45
anos.Os dados mostram que as mulheres que vivem no Rio de Janeiro são
as que mais se preocupam com o peso - 69% delas querem emagrecer. Em
Porto Alegre, 61% desejam perder peso e, em São Paulo, 59,9%. Recife é a
única capital dentre as pesquisadas em que menos da metade quer
emagrecer, apenas 46,5%.
Para alcançar o peso desejado, 44% das mulheres afirmam já terem feito
alguma dieta durante a vida, sendo que 22% já fizeram mais de 10 vezes.
Apenas 40,2% tiveram acompanhamento profissional para isso.
A prática mais comum, mencionada por 57,5% das entrevistadas, é copiar a
dieta da amiga. Para Alfredo Halpern, endocrinologista da Universidade
de São Paulo (USP), esse fenômeno não é incomum. "Isso ocorre porque nos
dias de hoje qualquer pessoa com bom senso sabe os alimentos que
engordam, os que fazem bem e os que fazem mal", afirma.
Ao iniciar uma dieta, 65,2% das mulheres cortam os carboidratos, como
pão, macarrão, arroz e batata do cardápio. Além disso, o açúcar é
eliminado do cardápio por 41,3%; frituras e gorduras são excluídas da
alimentação de 27% das mulheres e os refrigerantes, de 12,7% delas.
Atividade Física
Apesar de especialistas baterem na tecla da importância de se aliar
dieta a exercícios, o conselho é pouco seguido pelas brasileiras. "A
pesquisa mostra que 80% das mulheres que já fizeram dieta mudaram seus
hábitos alimentares para emagrecer, enquanto apenas 49,6% passaram a
fazer atividades físicas para isso", pondera Halpern. Para o
endrocrinologista, a melhor forma de manter a forma é com os exercícios.
Dentre as entrevistadas, 61% afirmaram não praticar nenhum tipo de
exercício físico. A falta de tempo é a desculpa encontrada para explicar
o sedentarismo. "De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o
sedentarismo é a doença que mais mata, só perde para o fumo", alerta
Halpern.
Do total de 39% de mulheres que se exercitam, 80% delas praticam
atividades três dias ou mais durante a semana, enquanto 11,7% fazem
todos os dias. Para diminuir os riscos de doenças, no entanto, não é
preciso viver na academia. "Qualquer exercício é melho que nenhum
exercício. Caminhar por 30 minutos alguns dias da semana já reduz risco
de doença e ajuda a manter o peso", afirma o educador físico Dudu Netto.
O psicólogo Marco Tommaso ressalta que o exercício físico precisa estar
ligado ao prazer. "O melhor exercício é aquele que, mesmo cansado hoje,
eu tenha vontade de fazer amanhã. Além disso, ele é um poderoso
antiestresse e ajuda a regular a ansiedade e a depressão, que podem
prejudicar a perda de peso", garante.
Mudanças Comportamentais
De acordo com a pesquisa, 80,3% das mulheres entrevistadas têm vergonha
de mostrar o corpo para o companheiro. "O primeiro mandamento para quem
está com a autoestima baixa é: não se lamente! Faça!", determina
Tommaso. O psicólogo reforça que é preciso ter comprometimento para
chegar no peso ideal.
Do total de entrevistadas, 19,2% confessaram já ter deixado de ir a uma
festa por se sentirem gordas. "Há várias mulheres que evitam encontros
sociais e até entrevista de emprego por causa do peso, se priva dos
prazeres da vida e fica em casa assaltando a geladeira e engordando
ainda mais", opina Tommaso.
Um outro fator que atrapalha o alcance do peso desejado é a
proliferação de "crenças mágicas", receitas para emagrecer sem esforço
que não têm fundamento. "Não há um fator externo que emagreça - um
remédio, uma fórmula. É preciso mudanças de comportamento e de hábitos. E
um comportamento só se torna um hábito se for prazeroso", frisa o
psicólogo.
Para 70,8% das mulheres, o café da manhã contribui para a manutenção do
peso. "Há estudos que mostram que pessoas que fazem a refeição de
maneira correta na parte da manhã conseguiram perder mais peso e manter
os quilos emagrecidos. Além do que o horário em que se come é importante
para a metabolização dos alimentos", afirma Halpern.
O pão é o alimento mais consumido no café da manhã (75,4%), seguido de
café (72%), manteiga e margarina (66%) e leite (57,2%). Dentre os
alimentos menos consumidos, o refrigerante lidera a lista, pois é
eliminado por 88,2% das mulheres. Em seguida, os cereais matinais
industralizados (81,9%), a granola (81,1%) e os biscoitos
industrializados (77,5%).
De acordo com Halpern, os alimentos mais consumidos no café da manhã
das entrevistadas são adequados, mas ainda é possível melhorar,
acrescentando grãos integrais nesse período. "Há estudos que associam o
consumo de alimentos integrais, como os cereais, a um menor risco de
mortalidade por doenças cardiovasculares", exemplifica.
No entanto, apenas 19,5% das entrevistas conhecem bem esse tipo de
alimento. "Os cereais integrais têm mais nutrientes, saciam mais e
equilibram o apetite nas outras refeições. Uma opção é comer com leite,
iogurte e até frutas durante o café da manhã", indica Halpern.
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