O grão-de-bico é uma leguminosa, assim como os feijões, a lentilha, a soja e a ervilha. Portanto, pode ser usado como alternativa a esses alimentos na nossa alimentação. Porque a regra é clara: tem que ter variedade para a obtenção de diferentes nutrientes e para não deixar as refeições monótonas, seeeempre tudo igual. Eu amo! Se você acompanha minha página no Facebook (acesse aqui), vai perceber que quando posto fotos de refeições minhas, volta e meia tem algo com ele.
Como tem um
sabor “neutro”, o grão-de-bico pode ser utilizado em diversas preparações,
sejam elas doces ou salgadas. A culinária árabe costuma utilizar bastante o
grão para a preparação de seus pratos. Dois exemplos são o homus, que nada mais é que uma pasta do grão com temperos naturais
(fica incrível!) e o falafel, um bolinho que originalmente é frito, mas também
pode ser feito assado. A pasta pode ser utilizada em pães, torradinhas, recheio
da tapioca ou até mesmo servida pura. O grão pode ser utilizado, ainda, para preparo de hambúrguer, como
massa de tortas, quiches, empadas e pizzas, como salgadinhos (tipo esses de
pacote) ou como parte de bolos (já postei um bolo assim, clique aqui para
acessar). Para quem tem dificuldade de comer legumes e verduras, uma ótima dica
é acrescentar alguns grãozinhos na preparação das saladas para dar uma “cara
nova” e facilitar o consumo.
Vamos ver
algumas propriedades?
- É um alimento com carboidratos
de baixo índice glicêmico, ou seja, ótimo para controle da glicemia e
emagrecimento ou aumento de massa muscular;
- Boa fonte de proteína vegetal,
podendo ser utilizado por vegetarianos/veganos e até mesmo por quem não é;
- Possui
triptofano, aminoácido que participa da produção de serotonina, aquele
neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar (importante para
relaxar e melhorar o sono);
- Rico em fibras (sua saúde
intestinal agradece);
- Possui magnésio, mineral importante para as rotas de produção de
ENERGIA celular e de defesa antioxidante;
-
Pode ser um aliado no combate à Tensão Pré-Menstrual (TPM): o magnésio participa
do metabolismo de carboidratos e muitas mulheres relatam que têm vontade de
comer justamente fontes desse nutriente, como pães, massas, chocolates e outros
doces, o que pode ser um sinal de deficiência do mineral. Então, uma excelente
estratégia nutricional poderia ser o manejo adequado do magnésio na dieta,
promovendo melhora na qualidade de vida. Não, mulherada, ter TPM eternamente
não é normal!
-
Outros nutrientes que podem ser destacados: ferro, ácido fólico e cálcio.
Assim como as demais leguminosas, ele possui FITATOS,
substâncias que podem prejudicar a absorção de nutrientes, como o ferro, por
exemplo. Por isso, é necessário utilizar algumas técnicas de cozimento para
diminuir esses fitatos e termos uma absorção adequada. E de que técnica estou
falando? Muito simples: apenas deixar os grãos de molho, assim como fazemos com
o feijão, por 8 a 12 horas, desprezando a água usada. Deixá-los de molho evita
até flatulência (os temidos gases!). Se você fica cheio de “pum” depois de
comer um feijãozinho, agora já sabe!
E por hoje é isso, pessoal! Lembrando que, apesar de
ótimas propriedades, o que vai determinar o sucesso da alimentação é o
conjunto: não adianta comer grão-de-bico porque ameniza sinais e sintomas da
TPM, mas, em contrapartida, tomar litros e mais litros de café, que pode
aumentar a irritabilidade e ansiedade na fase. Não adianta comê-lo porque é
fonte de proteína vegetal, mas esquecer que ele também tem carboidratos
(inclusive em maior quantidade). Se não houver o consumo ajustado dele e de
outros alimentos, pode haver ganho de peso exagerado. Bom senso sempre e vamos
comer grão-de-bico! :D
Dica da nutri Pasquale: Como alguns estranham e acham que escrevo "grão-de-bico" errado, com hífen, saiba que a grafia correta é assim mesmo, pelo mesmo motivo que emprega-se o hífen em "couve-flor" e "erva-doce": palavras compostas que designam espécie botânica/zoológica.
Referência:
TUCUNDUVA,
Sonia Philippi. Tabela de composição dos alimentos: suporte para decisão
nutricional. 2. ed. São Paulo: Coronário, 2002.
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