sexta-feira, 10 de junho de 2016

Propriedades do grão-de-bico



          O grão-de-bico é uma leguminosa, assim como os feijões, a lentilha, a soja e a ervilha. Portanto, pode ser usado como alternativa a esses alimentos na nossa alimentação. Porque a regra é clara: tem que ter variedade para a obtenção de diferentes nutrientes e para não deixar as refeições monótonas, seeeempre tudo igual. Eu amo! Se você acompanha minha página no Facebook (acesse aqui), vai perceber que quando posto fotos de refeições minhas, volta e meia tem algo com ele.

Como tem um sabor “neutro”, o grão-de-bico pode ser utilizado em diversas preparações, sejam elas doces ou salgadas. A culinária árabe costuma utilizar bastante o grão para a preparação de seus pratos. Dois exemplos são o homus, que nada mais é que uma pasta do grão com temperos naturais (fica incrível!) e o falafel, um bolinho que originalmente é frito, mas também pode ser feito assado. A pasta pode ser utilizada em pães, torradinhas, recheio da tapioca ou até mesmo servida pura. O grão pode ser utilizado, ainda, para preparo de hambúrguer, como massa de tortas, quiches, empadas e pizzas, como salgadinhos (tipo esses de pacote) ou como parte de bolos (já postei um bolo assim, clique aqui para acessar). Para quem tem dificuldade de comer legumes e verduras, uma ótima dica é acrescentar alguns grãozinhos na preparação das saladas para dar uma “cara nova” e facilitar o consumo.

Vamos ver algumas propriedades?

- É um alimento com carboidratos de baixo índice glicêmico, ou seja, ótimo para controle da glicemia e emagrecimento ou aumento de massa muscular;
- Boa fonte de proteína vegetal, podendo ser utilizado por vegetarianos/veganos e até mesmo por quem não é;
- Possui triptofano, aminoácido que participa da produção de serotonina, aquele neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar (importante para relaxar e melhorar o sono);
- Rico em fibras (sua saúde intestinal agradece);
- Possui magnésio, mineral importante para as rotas de produção de ENERGIA celular e de defesa antioxidante;
- Pode ser um aliado no combate à Tensão Pré-Menstrual (TPM): o magnésio participa do metabolismo de carboidratos e muitas mulheres relatam que têm vontade de comer justamente fontes desse nutriente, como pães, massas, chocolates e outros doces, o que pode ser um sinal de deficiência do mineral. Então, uma excelente estratégia nutricional poderia ser o manejo adequado do magnésio na dieta, promovendo melhora na qualidade de vida. Não, mulherada, ter TPM eternamente não é normal!
- Outros nutrientes que podem ser destacados: ferro, ácido fólico e cálcio.


  Assim como as demais leguminosas, ele possui FITATOS, substâncias que podem prejudicar a absorção de nutrientes, como o ferro, por exemplo. Por isso, é necessário utilizar algumas técnicas de cozimento para diminuir esses fitatos e termos uma absorção adequada. E de que técnica estou falando? Muito simples: apenas deixar os grãos de molho, assim como fazemos com o feijão, por 8 a 12 horas, desprezando a água usada. Deixá-los de molho evita até flatulência (os temidos gases!). Se você fica cheio de “pum” depois de comer um feijãozinho, agora já sabe!

E por hoje é isso, pessoal! Lembrando que, apesar de ótimas propriedades, o que vai determinar o sucesso da alimentação é o conjunto: não adianta comer grão-de-bico porque ameniza sinais e sintomas da TPM, mas, em contrapartida, tomar litros e mais litros de café, que pode aumentar a irritabilidade e ansiedade na fase. Não adianta comê-lo porque é fonte de proteína vegetal, mas esquecer que ele também tem carboidratos (inclusive em maior quantidade). Se não houver o consumo ajustado dele e de outros alimentos, pode haver ganho de peso exagerado. Bom senso sempre e vamos comer grão-de-bico! :D

Dica da nutri Pasquale: Como alguns estranham e acham que escrevo "grão-de-bico" errado, com hífen, saiba que a grafia correta é assim mesmo, pelo mesmo motivo que emprega-se o hífen em "couve-flor" e "erva-doce": palavras compostas que designam espécie botânica/zoológica.

Referência:

TUCUNDUVA, Sonia Philippi. Tabela de composição dos alimentos: suporte para decisão nutricional. 2. ed. São Paulo: Coronário, 2002.

0 comentários:

Postar um comentário